Sinto que o que preciso é, efectivamente, esvaziar-me. Deixar
ir todas as emoções que carrego e com elas os medos.
Esvaziar-me, assim como quem tenta corrigir um desenho, mas
cujos traços já desenhados estão marcados e vincados na folha. Não basta
continuar a passar uma borracha indefinidamente, porque só consumirá, até ao
desgaste do rasgo…
E eu, eu não quero rasgar. Portanto, a solução que encontro
é esvaziar-me de todos os vincos, virar-me numa folha vazia e recomeçar.
Recomeçar a partir do nada. E apenas deixar esboçar os
traços que o instinto me disser para desenhar. Sentir, sem envenenamento dos
medos, do zero.
E apenas permitir o que e quem merecer entrar.
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