sexta-feira, dezembro 26, 2014



Sinto que o que preciso é, efectivamente, esvaziar-me. Deixar ir todas as emoções que carrego e com elas os medos.
Esvaziar-me, assim como quem tenta corrigir um desenho, mas cujos traços já desenhados estão marcados e vincados na folha. Não basta continuar a passar uma borracha indefinidamente, porque só consumirá, até ao desgaste do rasgo…
E eu, eu não quero rasgar. Portanto, a solução que encontro é esvaziar-me de todos os vincos, virar-me numa folha vazia e recomeçar.
Recomeçar a partir do nada. E apenas deixar esboçar os traços que o instinto me disser para desenhar. Sentir, sem envenenamento dos medos, do zero.
E apenas permitir o que e quem merecer entrar.

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