terça-feira, outubro 09, 2012

"Um dia mau para o ego é um óptimo dia para a sua alma."

Há uns tempos, achei que trabalhar com pessoas não era, de todo, para mim. Pensei mesmo em esquecer que tinha tirado um curso, despendido 4 anos e muitos €uros, em algo que afinal ia pôr de lado. Pensei, - e ainda hoje penso, mas por motivos financeiros - em arranjar, algo do estilo sentada, sedentária, onde pudesse exercer uma qualquer função, no meu "canto", sem ter de falar, comunicar, expor-me para ninguém a não ser o mínimo indispensável.

Há uns tempos, fui dispensada de um local com algum renome por não reunir grandes capacidades comerciais, pôr não ter jeito para fazer lavagens cerebrais às pessoas, por não conseguir tratar pessoas como números, por não me saber distanciar o suficiente, para levar a venda avante custasse o que custasse.
Em vez de desempenhar as funções profissionais nas quais me especializei e que realmente me dão prazer, tinha que me esforçar por arranjar contactos e massacrar paciências a tentar vender o produto...

Não que não acreditasse nele, e não que não seja o que realmente gosto de fazer, mas se isso implica trabalhar horas sem conta, não remuneradas, a fazer a maior parte do tempo algo que não joga de todo com os meus princípios, então não valia a pena gastar mais tempo apenas para poder acrescentar mais um X ao curriculum...

O dia da dispensa foi muito doloroso a nível do ego, mas sem duvida o dia seguinte foi de um alivio indescritível!

Aprendi, que há esforços que não nos levam a lado nenhum a não ser descobrir que não é de todo por ali.
Aprendi, que sim, que gosto de trabalhar com pessoas, gosto de pessoas, de conhecer, conviver, comunicar - na perspectiva de ajudar, melhorar, orientar estilos de vida saudáveis. Ou, simplesmente, acompanhá-las e dar dois dedos de conversa pelo meio.

Não tenho dinheiro para mandar cantar um cego; ganho para combustível e/ou para a primeira semana do mês... ou para a 2ª, dependendo do dia a que receba... Mas gosto do (pouco) que faço, e gosto de saber que quem treinou ou treina comigo gosta do meu trabalho e da minha pessoa.

PortantoS...What else, se não continuar em frente, e ir afastando a ideia de me desviar do percurso?


* Desculpem lá a seca...

2 comentários:

cegonhagarajau disse...

A questão motivação é fundamental e enquanto conseguires manter-te a fazer o que gostas não deves desistir do sonho.
Mas também é normal pensares que a mudança de percurso te poderia trazer mais estabilidade e que subsistência nem sempre é sinónimo de motivação.
Acredito que é difícil, mas a alma alimenta-se de várias coisas e desde que sejas fiel aos teus princípios, apenas terás de encontrar o teu equilíbrio.
...
Eu sei que não é tão linear assim, mas há que acreditar que cabe a cada um de nós escolher o caminho.
Força!

POC disse...

Acredito sim! :)
Mas há encruzilhadas que nos trocam os passos...
Mas tb acredito que nada acontece por acaso, still walking. ;)