O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas
Essas e o que falta nelas eternamente
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
(...)
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
Álvaro de Campos, O que há
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